23 de abril de 2007

Diagnóstico

diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce do autismo permite a indicação antecipada de tratamento. Os atendimentos precoces e intensivos podem fazer uma diferença importante no prognóstico do autismo.

A demora no processo de diagnóstico e aceitação, torna-se prejudicial ao tratamento, uma vez que a identificação precoce deste transtorno global do desenvolvimento permite um encaminhamento adequado e influencia significativamente a evolução da criança.

Os sistemas diagnósticos (DSM-IV e CID-10) têm baseado os seus critérios em problemas apresentados em três áreas, com início antes dos três anos de idade, que são:

a) comprometimento na interacção social;

b) comprometimento na comunicação verbal e não-verbal, e no “brincar imaginativo”;

c) comportamento e interesses restritos e repetitivos.


É relevante salientar que estas informações devem ser utilizadas apenas como referência. Nunca se deve rotular um criança, impondo-lhe todas as limitações desse “rotulo”, sem antes se comprovar a afecção de um modo fundamentado.


OrientaçÕES para a elaboração do Diagnóstico

Recomenda-se:

· Caracterizar a queixa da família: sinais, sintomas, comportamento, nível de desenvolvimento cognitivo e escolar do indivíduo - quando for o caso, relacionamento inter-pessoal;

· Investigar os antecedentes gineco-obstétricos, história médica pregressa, história familiar de doenças neurológicas, psiquiátricas ou genéticas;

· Analisar os critérios do DSM-IV-TR ou da CID-10;

· Realizar avaliações complementares (investigações bioquímicas, genéticas, neurológicas, psicológicas, pedagógicas, fonoaudiológicas, fisioterapêuticas);

· Pensar a respeito do diagnóstico diferencial;

· Investigar a presença de co-morbidades,

· Classificar o transtorno, planear e efectivar o tratamento.

Muitas vezes, o autismo é confundido com outras síndromas ou com outros transtornos globais do desenvolvimento, pelo fato de não ser diagnosticado através de exames laboratoriais ou de imagem, ou por não haver marcador biológico que o caracterize, nem necessariamente sinais morfológicos específicos; o processo de reconhecimento do autismo é dificultado, o que dificulta a sua identificação e respectivo diagnóstico precoce.

Um diagnóstico preciso deve ser realizado, por um profissional qualificado, baseado no comportamento, anamnese e observação clínica do indivíduo.

O autismo pode ocorrer isoladamente, ser secundário ou apresentar condições associadas, razão pela qual é extremamente importante a identificação de co-morbidades bioquímicas, genéticas, neurológicas, psiquiátricas, entre outras.


Diagnóstico Diferencial

Períodos de regressão podem ser observados no desenvolvimento normal, porém estes não são tão graves nem tão prolongados como no transtorno autista, e por isso devem ser diferenciados de outros transtornos globais do desenvolvimento. Entre eles destacam-se:

· Transtorno de Rett

· Transtorno Desintegrativo da Infância

· Transtorno de Asperger

· Esquizofrenia com início na Infância

· Mutismo Selectivo

· Transtorno da Linguagem Expressiva

· Transtorno Misto da Linguagem Receptivo-Expressiva

· Transtorno de Movimentos Estereotipados

· Retardo Mental

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